O conceito de inconscientes é uma das ideias mais centrais da obra de Sigmund Freud e foi desenvolvido ao longo de sua carreira. Neste artigo, discutiremos a evolução desse conceito na obra de Freud, apresentando citações relevantes do próprio autor.
A noção de inconsciente em Freud remonta aos seus primeiros trabalhos, incluindo o livro "Estudos sobre Histeria" (1895), escrito em colaboração com Joseph Breuer. Neste livro, Freud e Breuer descrevem o caso de Anna O., uma paciente que sofria de sintomas físicos inexplicáveis que, segundo eles, eram causados por traumas psicológicos reprimidos. Eles argumentam que esses traumas eram "memórias inconscientes" que precisavam ser trazidas à tona e processadas em terapia.
Mais tarde, em sua obra "A Interpretação dos Sonhos" (1900), Freud elabora o conceito de inconsciente, descrevendo-o como um "reservatório" de pensamentos, desejos e impulsos reprimidos que estão fora do alcance da consciência. Segundo Freud, o inconsciente é o principal motor do comportamento humano, pois muitos dos nossos impulsos e motivações são inconscientes e operam sem nosso conhecimento.
Em "Três Ensaios sobre a Teoria da Sexualidade" (1905), Freud relaciona o inconsciente com a sexualidade, argumentando que muitos dos nossos desejos e impulsos sexuais são inconscientes e que a repressão desses desejos pode levar a problemas psicológicos. Ele escreve: "Muitas vezes o desejo sexual permanece inconsciente e se torna acessível apenas através de sintomas patológicos".
Ao longo de sua obra posterior, Freud refinou e desenvolveu ainda mais sua teoria do inconsciente, especialmente em relação à sua teoria das pulsões e à sua ideia de que a mente é dividida em três partes (o id, o ego e o superego). Em "Além do Princípio do Prazer" (1920), ele descreve o conceito de pulsão de morte, que é um impulso destrutivo e autodestrutivo que opera no nível inconsciente.
Em resumo, o conceito de inconsciente na obra de Freud evoluiu de uma ideia de "memórias inconscientes" para uma noção mais ampla de um reservatório de pensamentos e desejos reprimidos que motivam nosso comportamento. A relação entre o inconsciente e a sexualidade, bem como a relação entre o inconsciente e a teoria das pulsões, também foram refinadas e desenvolvidas ao longo da carreira de Freud. Como ele mesmo escreveu: "O inconsciente é o verdadeiro repositório das pulsões, dos desejos e dos pensamentos reprimidos".
Referências:
Freud, S. (1895). Estudos sobre Histeria.
Freud, S. (1900). A Interpretação dos Sonhos.
Freud, S. (1905). Três Ensaios sobre a Teoria da Sexualidade.
Freud, S. (1920). Além do Princípio do Prazer.
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